Ansiedade pré vestibular: ajude seus alunos a superar esse momento.
Uma boa escola é aquela que faz muito mais que ensinar. Entender o momento e as dificuldades dos alunos no período pré-vestibular e apoiar de maneira ativa e consciente esse momento faz do seu ambiente escolar um lugar muito melhor.
O Enem, os vestibulares e as provas classificatórias para a entrada de um um aluno na universidade se tornaram um grande fator de comprometimento da saúde mental dos jovens, que além de tomar complexas decisões num espaço curto de tempo, precisam enfrentar um curto prazo para aplicarem todo seu conhecimento escolar numa prova que determinará cada futuro.
Além da complexidade, a dificuldade de acesso também é um problema social enfrentado no Brasil. O ensino superior e principalmente em relação as universidades públicas disponibiliza um reduzido número de vagas em relação ao volume de alunos que saem do ensino médio a cada ano. Sendo assim, O ENEM ou vestibular acabou se transformando num ritual de passagem da nossa sociedade, que acredita que a partir da conclusão dessa etapa o adolescente entrará no mundo adulto e do trabalho.
Tanta responsabilidade caracteriza essa fase como uma das mais turbulentas e inseguras de toda adolescência, e é exatamente isso que contribui para o surgimento de stress e psicopatologias como ansiedade e depressão
Mas, o que é ansiedade?
Ansiedade é a reação natural do corpo ao stress. É um estado emocional caracterizado por sentimentos de tensão, preocupação e pensamentos ruins. É importante ressaltar que nem sempre a ansiedade é uma doença. A ansiedade em seu estado normal é comum ao indivíduo e muitas vezes, enquanto de maneira controlada ela até ajuda a impulsionar o indivíduo para realizar projetos, prosperar e planejar o futuro. Sabendo disso, podemos entender que o que se torna alarmante é o excesso desse sentimento. Dependendo da frequência e intensidade dos sintomas, a ansiedade pode se tornar uma patologia de diversas formas: transtorno depressivo maior ou com certos transtornos de personalidade; transtorno de ansiedade generalizada; transtornos mentais; transtorno alimentar; transtorno de pânico, transtorno obsessivo compulsivo, e muitos outros. E infelizmente é isso que tem acontecido aos nossos alunos. Alguns estudos indicam que indícios de transtorno depressivo e transtorno de ansiedade generalizada estão presentes em 45% dos estudantes pré-vestibular. Para eles, e para a sociedade esse é o momento da vida que determina se os jovens “serão alguém” e cumprirão com a expectativa de todos que os conhecem, ou se serão obrigados a enfrentar o “fracasso da reprovação”.
As pessoas tendem a usar as definições de preocupação e ansiedade de forma errônea, pois apesar de estarem associados com o conceito geral de preocupação e inquietação esses sentimentos são muito diferentes e a ansiedade leva a um estado psicológico adoecido.
O Transtorno de ansiedade é uma doença causada pelo excesso de a ansiedade ou medo e faz com que a pessoa tenha pensamentos negativos e uma série de desencadeamentos de sintomas fisiológicos e emocionais que podem prejudicar a vida social e o desenvolvimento. Além disso transtornos de ansiedade podem aumentar a chance de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes, gordura abdominal e aumento da pressão arterial. Os sintomas físicos podem ser tão intensos que, muitas vezes, as pessoas buscam ajuda médica acreditando estar com problemas no coração ou em algum outro órgão. O transtorno de ansiedade pode ajudar a desenvolver também quadros depressivos graves, capazes de colocar a vida do aluno em risco.
Como construir novas perspectivas?
Para diminuir esse problema é preciso que a escola e todo o corpo docente estejam dispostos a construir novas perspectivas sobre a tão temida prova do Enem ou vestibular e também que tenha conhecimento e responsabilidade sobre o assunto. Muitos cursinhos, professores e instituições possuem uma metodologia que permeia o terrorismo psicológico, colocando quadros de classificação em simulados nos corredores, premiando os alunos que saem melhor nos testes e etc. Essas são técnicas verdadeiramente atrasadas de incentivo ao aluno. É preciso lembrar que o mundo mudou e que a geração presente em sala de aula hoje é completamente diferente daquela de tempos atrás, eles possuem novas vivências, diferentes formas de acesso ao conhecimento e famílias estruturadas nos mais diversos perfis. É preciso que a escola conheça muito sobre o comportamento do jovem atual para conseguir ajudar de maneira saudável seus alunos. Entender que o vestibular é apenas uma fase da vida e não a fase mais importante da vida é um bom começo, e esse entendimento deve começar pela própria escola.
Em contrapartida, o desempenho e prestígio da sua escola pode melhorar muito. Afinal, ainda que a instituição forneça aos estudantes todas as condições para que façam uma boa prova, a ansiedade pode atrapalhar e muito tanto nos resultados, quanto no relacionamento escola-aluno-família resultando até em menos indicações ou recomendações a novos alunos.
Como o professor e a escola podem ajudar?
- Descubra o que está afetando o emocional do seu aluno.
Muitas vezes uma uma equipe de professores bem qualificados é insuficiente. O aluno possui uma vida repleta de experiências também fora da escola e esses dois ambientes precisam estar em completo equilíbrio. É importante elaborar uma estratégia para entender melhor os problemas que seus alunos estão enfrentando. Uma pesquisa, ou até uma conversa individual podem ser ferramentas super importantes nessa hora.
- Seja um agente de apoio real.
Ajude o aluno de verdade. Observe a turma com atenção e aprenda a identificar sinais de ansiedade naqueles que estão com você todos os dias. Ofereça palavras de incentivo, apoio e até momentos privados para uma conversa mais importante, caso necessário. Se perceber que o aluno está sobrecarregado, não seja um agente que ajuda a deixar o peso ainda maior. Crie um canal aberto de comunicação e diga para os seus alunos que você está disponível para ajudar no bem-estar deles. Construa junto com a escola uma estratégia de abordagem para aqueles alunos que precisam de apoio psicológico profissional. Lembre-se: a saúde mental é tão importante quanto a saúde física.
- Aprenda ferramentas que ajudam na hora de uma crise e ensine-as aos alunos.
Existem inúmeras técnicas que podem ajudar uma pessoa que está passando por uma crise de ansiedade. Nos tempos atuais é importante que os professores conheçam pelo menos algumas dessas técnicas para que possam ajudar seus alunos em algum momento mais difícil em sala de aula. Técnicas como o grounding, respiração quadrada, acesso a memórias positivas e meditação podem fazer uma grande diferença na qualidade das suas aulas.
A ansiedade é conhecida como o mal do século e justamente por isso cabe a escola, professores e todo o corpo docente estar preparado para lidar com o assunto. Afinal, também cabe a escola ser um agente ativo no bem-estar e na felicidade e na saúde do aluno.
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