Dupla jornada: ser mãe e o mercado de trabalho da educação
Nós sabemos que mães e professoras têm um papel fundamental na formação de toda a sociedade. Mas, como facilitar a vida daquelas que além de mães, também executam o papel de educadoras? É possível que a escola ajude com a conciliação de jornadas?
A separação da mãe e seu bebê com o retorno ao trabalho é, sem dúvida, ocasião crucial e de transformações profundas na vida de qualquer profissional. A conciliação entre trabalho e maternidade é difícil não só emocionalmente como, também, fisicamente.
Mães que trabalham na área da educação, frequentemente sentem-se perdidas e muitas delas acabam precisando fazer uma escolha difícil entre continuar cuidando da carreira ou se dedicar inteiramente ao lar. É importante que escolas e instituições entrem de cabeça nesse assunto desenvolvendo atividades, espaços e ferramentas voltadas para a manutenção e preservação da saúde mental de sua colaboradora, além de ser um apoio para alimentar o vínculo e o bom relacionamento com toda sua família. A escola tem papel fundamental no auxílio da administração da vida profissional da educadora com a vida pessoal e a tranquilidade necessária à manutenção do nosso equilíbrio mental.
Toda mãe carrega uma sensação profunda de culpa. Essa sensação vem da associação do papel de boa mãe e das responsabilidades maternas com as responsabilidades fora do lar. Esse sentimento permeia as relações da mulher com o trabalho e os deveres com a família, seja pela pouca colaboração dos companheiros ou pela falta de aparatos sociais que garantam a educação e segurança dos filhos no período em que estão no trabalho.
Além disso, no mercado da educação é muito comum encontrar mulheres que possuem mais de um emprego e acabam com muito mais demandas para liderar. Apesar de haver muitas educadoras mulheres, essas acabam sendo as que têm seus direitos legais mais facilmente ameaçados, principalmente com a chegada da maternidade.
A maternidade de uma profissional da educação, se torna um desafio diário com os múltiplos papéis e os sentimentos relatados acabam sendo confusos, partindo da alegria à frustração, decepção e preocupação, realização e vontade com medo e precaução Tudo em decorrência de suas múltiplas funções.
Mas como a sua escola pode ajudar a tornar o ambiente de trabalho mais acolhedor para as profissionais que são mães?
O estudo Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traça um panorama das desigualdades de gênero na área da Educação, saúde, participação na vida pública, direitos humanos e econômica. E seus dados mostram que as mulheres dedicam aos cuidados ou tarefas domésticas mais de 70% a mais em horas do que os homens. Inclusive, ao olhar para recortes regionais e raciais, essa desigualdade torna-se ainda maior. Por isso é de suma importância que a escola tenha em mente planos e expectativas detalhadas de uma maneira personalizada, e que esse plano seja criado de acordo com o momento de vida que aquela profissional está enfrentando.
É essencial que a educadora esteja 100% presente em seu ofício durante as horas que lhe foram contratadas. Mas, para que isso aconteça ela precisa estar bem amparada em outros campos.
Oferecer apoio psicológico, criar grupos de mães, salas infantis como brinquedotecas ou até mesmo um espaço para cuidado infantil na escola pode fazer toda diferença para o acolhimento de mães recentes. Também é importante preocupar-se com a criação e manutenção de um espaço adequado para lactentes. Mães, devem ter as pausas necessárias para amamentar ou retirar leite e armazenar para seus filhos, além de um ambiente preparado para isso.
Em tempos de pandemia, um olhar superficial poderia dizer que o home-office para as mães seria positivo, afinal, estaria tudo no mesmo espaço. Mas não é o que tem sido verificado na prática. Uma pesquisa da Universidade de Brasília (UNB) identificou o que foi chamado de “precarização da vida das mulheres". A desigualdade de gênero foi agravada porque as mulheres estão em casa. E a casa é um lugar de sobrecarga de um trabalho não remunerado. Então, caso a sua escola esteja lecionando online durante a pandemia. Uma boa medida é oferecer ambientes seguros para que as professoras - mães possam preparar suas aulas online usando a estrutura física da escola. Tanto em espaço, quanto em equipamentos.
Professoras são peça chave da educação e quando mães, esses poderes e responsabilidades duplicam. Educar é a tarefa que transforma o mundo e nós somos muito orgulhosos de cada mãe-professora que nos acompanha por aqui. Obrigado pela sua companhia e se você gostou do que leu continue lendo nosso blog. Aqui nosso papo é sempre sobre educação, direitos e soluções para melhorar o mundo.
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